sexta-feira, 4 de setembro de 2015

E nós? Vamos convenientemente esquecer?


Para facilitar a leitura e o entendimento de um texto, usa-se a pontuação. São sinais gráficos que atribuem e até modificam o sentido de uma mensagem.

Conta-se, que existia um reino distante, onde um rei não estava agradando alguns de seus súditos. Certa noite, lá pelas tantas, um revoltado resolver pinchar os muros do palácio, com a seguinte frase: “Matar o rei não é crime.” Quando estava colocando o ponto final, apareceram dois guardas reais, que ao lerem a mensagem, desembainharam suas espadas. Foi quando o pobre coitado colocou uma interrogação e um ponto de exclamação: “Matar o rei? Não! É crime.

Parece brincadeira, mas não é. Se uma simples pontuação pode mudar o sentido de um texto. Imagine mandar esquecer tudo o que se escreveu, tipo FHC fez?

De antropólogo tido como brilhante, à um partidário de um sujeito tucano que ameaça de morte, a autoridade máxima do Brasil. Isto, depois de dezenas de tentativas de derrubada da vontade popular expressa nas urnas pelo voto. Eu poderia falar do candidato derrotado na eleição. Mas, como o Aécio, nunca escreveu nada mesmo sem a maquiagem de sua assessoria, então nem dá pra comentar, apesar de saber que ele tem muita culpa no cartório, de tudo o que está acontecendo.

Voltando ao FHC e ao seu partido, acho que a luz do farol de Alexandria pifou. Provavelmente, este cidadão, candidato a deputado pelo PSDB, que ameaçou matar a presidente Dilma, vai ser expulso do partido. Vai perder sua habilitação como advogado. Mas dificilmente vai cair no ostracismo, pois ele representa uma macula na historia do PSDB que tem referencia à democracia estampada no nome.

Mas se formos por ai, os tucanos também tem referencias a social democracia e ao Brasil no nome. E quem entende um pouquinho do riscado, sabe que o neoliberalismo, linha político ideológica que eles criminosamente defendem, passa longe de se alinhar ideologicamente as necessidades e anseios do povo, principalmente o organizado, berço da social democracia mundial.

Assim, o nome do Partido da Social Democracia Brasileira acabou sendo criada muito mais por uma falácia semântica escancarada e muita maquiagem midiática, do que um projeto político ideológico, que se propunha como via de construção do bem estar social.

Todos têm o direito de mudar de opinião. Porém picaretagem tem limite e a socialdemocracia brasileira se mostrou uma grande farsa dantesca, onde o povo pagou com suas riquezas, a travessia na barca do inferno neoliberal. Primeiramente, o PSDB ia frontalmente contra toda tradição mundial socialdemocrata, pois não aglutinava nos seus quadros dirigentes, representantes do movimento sindical, como ocorreu no movimento no mundo.

Segundo, porque os tucanos renegaram toda ou qualquer iniciativa social, favorecendo uma visão neoliberal que queria reduzir o estado a um simples intermediador dos interesses do grande capital. Ganharam algumas batalhas. O povo brasileiro outras.


Perdemos empresas e setores estratégicos, mas conseguimos, em parte, salvar a Petrobrás, pois mundo afora, todos sabem que este sistema de corrupção montada dentro da empresa tem DNA tucano. “Mas vamos convenientemente esquecer...”

Todos sabem que o Serra propôs recentemente acabar com o regime de partilha, numa lógica de quase transferência eletrônica dos nossos recursos nacionais para os agiotas internacionais. Ele tentou, perdeu agora, mas sua turma e seus interesses cada vez mais explícitos vai tentar de novo, e de novo, e de novo...“Mas vamos convenientemente esquecer...”

Tentaram impedir a diplomação da Dilma e não conseguiram. “Mas vamos convenientemente esquecer...”Tentaram impedir a posse da Dilma e não conseguiram. “Mas vamos convenientemente esquecer...” Ameaçaram a Dilma de impeachment e não conseguiram. Mas vamos convenientemente esquecer...” Ameaçaram a Dilma de morte e não... pera ai... fizeram o que?
E nós? Vamos convenientemente esquecer?

Imagino eu, mundo afora, a decepção de dezenas de acadêmicos sérios, que embalados por palavras doces sobre as “coisas tristes da vida”, acreditaram em lampejos de lucidez e seriedade em FHC e seus tucanos, cuja falácia ensejou em alguns deles, momentos de esperança, ou de esperanças. Afinal, para uns poderia ser a luz no fim do túnel, para outros, mais incrédulos, de que se não fossem social-democráticos, que seriam pelo menos democráticos. Mas agora, fecharam com pregos o próprio caixão político.  A ameaça realizada é de seriedade impar e não será esquecida.

Não somos um reinado onde se possa ameaçar a realeza. Somos uma democracia! Ameaçar a presidente é ameaçar o próprio estado democrático de direito. E se a campanha de ódio ensejada contra Dilma, contra o PT e contra a democracia, tendo os tucanos e os barões da mídia como linha de frente, chegou onde chegou, é hora de mudar o tom e a pontuação desta conversa. Ainda mais, após a sinalização final de que este partido tucano se mostra cada vez mais, inepto a democracia, assim como se mostrou na frente da administração pública.


Mas como já cantava o bom e velho Chico Buarque, na música do Barão, usurpador dos direitos dos trabalhadores do circo: “Pronto, ponto, tracinho, tração, linha, margem, meu caro barão”.

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