O nosso país, que reivindica até a
nacionalidade de Deus, de tão abençoado que é, está passando por algumas
provações.
Nossas belezas nacionais, nossa
cultura diversificada e o povo talentoso e criativo são alguns dos predicativos
usados para a defesa de que o criador é brasileiro. E se Ele não for mesmo
“brazuca”, deve então gostar muito destas bandas de cá, afinal, ninguém tem
dúvida que nosso país é abençoado e bonito por natureza.
Mas nem tudo são flores e nosso país, ainda
tem pagado seus pecados de varias formas. A desigualdade diminuiu, mas o
sistema tributário continua injusto e prejudica as classes menos abastadas. A
segurança pública é tratada como caso de guerra e não ataca as causas e sim as
consequências. A educação melhorou, aumentaram as oportunidades, mas não se
desenvolve plenamente as potencialidades de nosso povo.
E no meio desta equação, ainda temos os
que torcem contra o Brasil, embarcando na sistemática campanha contra qualquer
projeto de desenvolvimento que garanta a nossa plena soberania. Esta lógica é
defendida por uma frente entreguista, que quer nosso futuro loteado entre o
capital especulativo mundial, assim como já fizeram no passado. E ainda tem os
muitos mal informados que embarcam nesta barca do inferno. Mas se o caminho for
este, podemos separar as moedas para os olhos dos mortos, para pagar o
barqueiro.
É muita cruz pra carregar e muita dor
e sofrimento que querem infligir no nosso lombo. E nenhuma delas é tão pesada e
dói tanto na alma nacional do que estão fazendo com a democracia brasileira e
com a Petrobras.
Defender a democracia não deveria nem
precisar, ainda mais, tendo as tintas frescas da ditadura ainda escorrendo no recente
quadro da nossa historia. Mas sabemos que somos um país de desmemoriados, a
amplitude do tema e o necessário e acalorado debate. Por isto, vou abordar esta
reesquentada tentativa de acabar com a Petrobras, empresa patrimônio do povo
brasileiro.
Mas qual seria a maior riqueza
que a Petrobras representa para o Brasil? Seriam os multibilionários fundos
provenientes do pré-sal? Seriam os volumosos recursos a serem aplicados na saúde e
educação do povo? Será que é a tecnologia de extração de minerais em águas
profundas? Ou será a capacidade histórica de mobilização da nação em sua
defesa?
Todos certamente são importantes valores
vinculados a empresa. Contudo, tirando o ufanismo religioso de lado, pessoalmente
não acredito que o “ser supremo” abençoou só a costa brasileira com petróleo na
camada pré-sal. Ou seja, deve ter mais combustível fóssil nas águas profundas de
outros países. Porém, só os bobinhos dos brasileiros sabem como retirar estas
riquezas, muitas vezes a mais de sete mil metros de profundidade.
A nossa empresa é a petroleira que
mais desenvolve tecnologias no mundo. Pra se ter idéia, a nossa estatal investe
o dobro de receita líquida do que a sua concorrente mais empenhada. Nos últimos
12 anos, os governos petistas ampliaram os investimentos em mais de 700%. E com
certeza, estes investimentos contribuíram decisivamente para que a Petrobras conquistasse
a auto-suficiência e a descoberta, há nove anos, das imensas reservas de óleo e
gás, que no frigir dos ovos, representa trilhões de dólares.
Por tudo isto, penso que a maior
bênção vinculada ao patrimônio da estatal brasileira é a capacidade técnica
desenvolvida por varias gerações de trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. Brasil,
com “s”, como sempre foi e sempre será, no bom e velho português tupiniquim.
Isto, na esperança que o mesmo
conceito se aplique a Petrobras. Pois, o vampiro do Serra, buscou nas
profundezas do inferno, a receita do mal do neoliberalismo e quer enfiar goela
abaixo do povo brasileiro. Para a turma de memória fraca, já tentaram fazer
isto antes. Até quiseram mudar o nome da mais importante empresa do Brasil para
“Petrobrax, marcando um “x” no coração de nossa soberania nacional.
E ai esta o “x” da questão. No
resumo da ópera: querem entregar as riquezas do pré-sal para o capital
especulativo mundial. Querem acabar com a exclusividade da empresa brasileira
de extração no pré-sal, assim como, a política de compra de conteúdo nacional, que
gera empregos e renda, no nosso país. Querem enterrar o regime de partilha, que
garante que a maioria da riqueza seja revertida para o beneficio de nosso povo,
com o fundo soberano do pré-sal, que garante 75% para educação e 25% para a
saúde, viabilizando a aplicação de 10% do PIB da pré-escola aos cursos de
mestrado e doutorado. Tipo, o alfabeto todo, com todas as vogais, consoantes,
os numerais, pontuação e tudo mais!!!!
Agora, duvido que o povo vá
assistir isto quietinho, tipo aluno burro, de castigo no cantinho da vergonha,
porque não aprendeu a tabuada, quanto mais variáveis de equação de segundo grau.
E se Deus é brasileiro ou não, não sei, mas, Petrobras, com “x” é meus zovo,
com “z” mesmo. ҉


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