sexta-feira, 7 de agosto de 2015

O “x” da questão



O nosso país, que reivindica até a nacionalidade de Deus, de tão abençoado que é, está passando por algumas provações.

Nossas belezas nacionais, nossa cultura diversificada e o povo talentoso e criativo são alguns dos predicativos usados para a defesa de que o criador é brasileiro. E se Ele não for mesmo “brazuca”, deve então gostar muito destas bandas de cá, afinal, ninguém tem dúvida que nosso país é abençoado e bonito por natureza.  

Mas nem tudo são flores e nosso país, ainda tem pagado seus pecados de varias formas. A desigualdade diminuiu, mas o sistema tributário continua injusto e prejudica as classes menos abastadas. A segurança pública é tratada como caso de guerra e não ataca as causas e sim as consequências. A educação melhorou, aumentaram as oportunidades, mas não se desenvolve plenamente as potencialidades de nosso povo.

E no meio desta equação, ainda temos os que torcem contra o Brasil, embarcando na sistemática campanha contra qualquer projeto de desenvolvimento que garanta a nossa plena soberania. Esta lógica é defendida por uma frente entreguista, que quer nosso futuro loteado entre o capital especulativo mundial, assim como já fizeram no passado. E ainda tem os muitos mal informados que embarcam nesta barca do inferno. Mas se o caminho for este, podemos separar as moedas para os olhos dos mortos, para pagar o barqueiro.

É muita cruz pra carregar e muita dor e sofrimento que querem infligir no nosso lombo. E nenhuma delas é tão pesada e dói tanto na alma nacional do que estão fazendo com a democracia brasileira e com a Petrobras.

Defender a democracia não deveria nem precisar, ainda mais, tendo as tintas frescas da ditadura ainda escorrendo no recente quadro da nossa historia. Mas sabemos que somos um país de desmemoriados, a amplitude do tema e o necessário e acalorado debate. Por isto, vou abordar esta reesquentada tentativa de acabar com a Petrobras, empresa patrimônio do povo brasileiro.
Mas qual seria a maior riqueza que a Petrobras representa para o Brasil? Seriam os multibilionários fundos provenientes do pré-sal? Seriam os volumosos recursos a serem aplicados na saúde e educação do povo? Será que é a tecnologia de extração de minerais em águas profundas? Ou será a capacidade histórica de mobilização da nação em sua defesa?
Todos certamente são importantes valores vinculados a empresa. Contudo, tirando o ufanismo religioso de lado, pessoalmente não acredito que o “ser supremo” abençoou só a costa brasileira com petróleo na camada pré-sal. Ou seja, deve ter mais combustível fóssil nas águas profundas de outros países. Porém, só os bobinhos dos brasileiros sabem como retirar estas riquezas, muitas vezes a mais de sete mil metros de profundidade.

A nossa empresa é a petroleira que mais desenvolve tecnologias no mundo. Pra se ter idéia, a nossa estatal investe o dobro de receita líquida do que a sua concorrente mais empenhada. Nos últimos 12 anos, os governos petistas ampliaram os investimentos em mais de 700%. E com certeza, estes investimentos contribuíram decisivamente para que a Petrobras conquistasse a auto-suficiência e a descoberta, há nove anos, das imensas reservas de óleo e gás, que no frigir dos ovos, representa trilhões de dólares.

Por tudo isto, penso que a maior bênção vinculada ao patrimônio da estatal brasileira é a capacidade técnica desenvolvida por varias gerações de trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. Brasil, com “s”, como sempre foi e sempre será, no bom e velho português tupiniquim.

Isto, na esperança que o mesmo conceito se aplique a Petrobras. Pois, o vampiro do Serra, buscou nas profundezas do inferno, a receita do mal do neoliberalismo e quer enfiar goela abaixo do povo brasileiro. Para a turma de memória fraca, já tentaram fazer isto antes. Até quiseram mudar o nome da mais importante empresa do Brasil para “Petrobrax, marcando um “x” no coração de nossa soberania nacional.
E ai esta o “x” da questão. No resumo da ópera: querem entregar as riquezas do pré-sal para o capital especulativo mundial. Querem acabar com a exclusividade da empresa brasileira de extração no pré-sal, assim como, a política de compra de conteúdo nacional, que gera empregos e renda, no nosso país. Querem enterrar o regime de partilha, que garante que a maioria da riqueza seja revertida para o beneficio de nosso povo, com o fundo soberano do pré-sal, que garante 75% para educação e 25% para a saúde, viabilizando a aplicação de 10% do PIB da pré-escola aos cursos de mestrado e doutorado. Tipo, o alfabeto todo, com todas as vogais, consoantes, os numerais, pontuação e tudo mais!!!!

Agora, duvido que o povo vá assistir isto quietinho, tipo aluno burro, de castigo no cantinho da vergonha, porque não aprendeu a tabuada, quanto mais variáveis de equação de segundo grau. E se Deus é brasileiro ou não, não sei, mas, Petrobras, com “x” é meus zovo, com “z” mesmo. ҉

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