
Quem teve a oportunidade de participar da Jornada de Formação do PT-MG no último fim de semana na Escola 7 de Outubro, com certeza saiu do evento com a impressão que nosso processo começou com o pé esquerdo.
Calma, não estou falando isto por que as coisas deram errado. Na verdade, tudo foi além das mais otimistas expectativas. Para começar, pela primeira vez, nossa candidata Dilma apareceu na frente da pesquisa para presidente, coincidentemente divulgada no dia do inicio dos trabalhos. Outro fator foi a expressiva participação 230 companheiros entre dirigentes, lideranças e militantes de 75 cidades de diversas regiões do Estado. Também foi realizado com sucesso a noite cultural, onde a Juventude do PT e militantes da cultura protagonizaram, à moda antiga, a organização do evento, com direito ao projeto "Violão de mão-em-mão, integrando e socializando filiados das mais diversas correntes.
Isto sem falar no lançamento do projeto "História Petista" que propõe, através da gravação em vídeo de depoimentos dos nossos militantes, o conhecimento, o reconhecimento, a valorização, o registro, a conservação e a divulgação das histórias, coletivas e individuais de construção e luta do PT, respeitando a diversidade de discursos, a memória e a oralidade e reconhecendo os militantes petistas como protagonistas da história partidária.
Com o eixo central a identidade petista, a Jornada de Formação começou com uma dinâmica muito interessante, onde era disponibilizada a LINHA DO TEMPO, com marcos históricos do Partido dos Trabalhadores. As referencias iam desde o golpe militar, a luta pela redemocratização, passando pelas greves operarias, fundação do PT, da CUT, MST e FSM, assembleia constituinte, congressos, encontros partidários, eleições municipais, estaduais, até nosso caminhada para a vitoria eleitoral e os avanços do governo Lula. Na proposta, os militantes deveriam identificar quando o PT entrou na sua vida, e quando ele entrou na história do partido. Isto por si só já geraria uma vasta discussão, afinal, será que eu só me torno petista quando assino minha ficha de filiação? Ou por me identificar com as bandeiras de lutas defendidas?
Nós do coletivo de formação, optamos por utilizar o referencial formal, solicitando como marco o ano da filiação. Apesar disto, tivemos companheiros que optaram que sua entrada no PT foi anterior a própria fundação do partido. Teve gente que colou o adesivo vermelho, usado como simbolo, no ano de 64, muitos em anos anteriores à 1980, onde oficialmente fundamos nossa legenda. Assim os participantes puderam visualmente, identificar "quanta agua passou debaixo da ponte" e o quanto nosso partido cresceu, forjando na luta, seus militantes. Posteriormente, os militantes foram convidados à contribuir com suas impressões, relatando fatos e histórias pessoais,
A metodologia também abordou o balanço do governo Lula em comparação com o de FHC e elementos para um diagnóstico econômico, social e administrativo de Minas Gerais visando a eleição para o governo do Estado. As palestras da Jornada foram ministradas por Selma Rocha, da Fundação Perseu Abramo, José Prata Araújo, economista e Secretário de Formação do PT/MG, Clarice Goulart, da Juventude do PT e da UEE/MG e Carlos Morato, coordenador da assessoria coletiva do PT na Assembléia Legislativa.
Na perspectiva de planejarmos os desdobramentos, iniciamos o processo de articulação de coletivos regionais de formação. O próximo passo será as etapas municipais/ regionais, onde temos como meta a formação política de 9000 militantes.
Confesso que estava um pouco cético com a Jornada em nosso estado, principalmente pelos recentes processos do PED e prévias no PT de Minas Gerais. Porém, o sentimento que vivenciei, nas plenárias, reuniões de grupo e na noite cultural, foi de entusiasmo, de esperança e de vitória, pois como defende nosso secretario estadual Jose Prata, a Jornada de Formação Politica em Minas Gerais, pode significar, muito mais do que a retomada do processo de discussão ideológica, mas uma virada na página das disputas rumo a unidade partidária, condição primeira para que nosso partido possa implantar também em nosso estado, o projeto que esta mudando nosso país.
Para muito além das superstições, começamos com o pé esquerdo nossa caminhada nesta jornada, pois somente o maior partido da esquerda da América Latina é capaz de reunir um contingente tão significativo de pessoas para, coletivamente discutir o processo de construção do Brasil que queremos, desejamos e merecemos.
VIVA A FORMAÇÃO POLITICA, VIVA O PT
Leonardo Alves
Militante do PT e membro do Coletivo Estadual de Formação
coordenador do Projeto "História Petista"

Nenhum comentário:
Postar um comentário