Existem coisas ditas
irreconciliáveis. Por exemplo, a tal da luta de classes. De um lado,
bilionários que querem, cada vez mais ficarem mais ricos. Do outro, povos e
nações exploradas, sistematicamente vilipendiadas. No meio, estruturas de
países, com diversificadas configurações e ajustes, quase sempre em defesa do
grande capital especulativo internacional.
Na segunda feira, 06 de julho de
2015, o mundo amanheceu diferente. O berço da democracia ocidental, através da
legitima vontade expressa do povo grego, diz um sonoro não a condução
neoliberal da lógica econômica da União Européia.
Talvez, entender que os povos pobres
do mundo são vitimas do sistema capitalista ajude a diminuir a má vontade com a
gestão do Obama. Talvez o exemplo de solidariedade e abnegação do Papa
Francisco na luta em defesa da paz, justiça social e liberdade possam nos
inspirar a buscar a parte que nos cabe neste latifúndio.
A crise global, pouco sentida no
nosso país até seus recentes desdobramentos, foi agravada pela falta de chuva e
necessidade de utilização de energia termoelétrica, causando ondas
inflacionárias. A desconfiança do empresariado, decorrente principalmente de
uma onda de propaganda udenista, começa a fazer efeito, podendo gerar uma
geração em cadeia, de diminuição de investimentos e geração de desemprego.
A anti-petização da Policia
Federal do Paraná, sobre o comando do Juiz Moro e suas práticas questionáveis
de julgamento e investigação da operação Lava a Jato, também contribuem para
engrossar o caldo da crise.
O presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha, o presidente do Senado, Renan Calheiros e umas dúzias
de políticos estão na lista dos possíveis investigados. Isto, sabendo que a
recondução do atual Procurador Geral da Republica, Rodrigo Janot, depende da
sabatina do Senado, que escolhe quem conduzirá o Ministério Publico, e que por
sinal, escolhe quem é ou não investigado. Isto, sem falar no uso de pautas e
praticas antidemocráticas pelo presidente da Câmara, numa maratona de votação
de projetos, como se derrotar a democracia brasileira significasse derrotar o
Governo Dilma e o PT.
Ainda temos o povo cara de pau do
PSDB, que recebeu doações eleitorais nos mesmos moldes do PT, mas que tentam
confundir o povo brasileiro, que pela primeira vez na história, está vendo a
disposição de um governante de investigar tudo, doa a quem doer.
E tem gente que acha que não
existe crise. Ela existe e é generalizada. Contudo, acredito que o Governo
Dilma, vai conseguir superar, este momento delicado que o Estado brasileiro
atravessa.
O recente reconhecimento do
Brasil como potencia mundial pelo Presidente dos Estados Unidos, interrompendo
uma pergunta de uma jornalista da Globo é um fato a se pensar. Afinal, o Brasil
ampliou suas relações geopolíticas e comerciais com o mundo todo, porém com os
EUA, sofreram-se abalos por causa da quebra de confiança decorrente das
espionagens. Será que o jogo da desconfiança mudou ou vai mudar? Pergunta
pertinente, ainda mais, tendo em vista, a possibilidade de realinhamento de
estratégias comerciais entre estes países, com o porto de Mariel, em Cuba,
funcionando como entreposto comercial. O fim do embargo à carne brasileira é
uma importante sinalização neste sentido.
Mas claro, precisamos entender o
novo patamar do nosso país na conjuntura mundial. Afinal, grandes aportes de
recursos provenientes do banco dos Brics serão investidos no Brasil. Teremos
uma nova rota de logística através da ferrovia que ligará nosso país com o
mundo, barateando custos de produção e o acesso a mercados. Isto sem falar, no
grande potencial de ampliação do fluxo comercial internacional, sobretudo com a
Ásia, considerando exportações, importações, turismo, entre outros fatores,
gerando riquezas, mas trazendo grandes desafios.
Temos um grande potencial
represado, nunca tivemos tantos jovens qualificados retornando ao Brasil, após formação
em programas de intercambio como o Brasil, sem fronteiras. Outros tantos, estão
formando-se em varias áreas do conhecimento através do Pro-uni, ou nas
universidades federais, que tiveram grandes investimentos nos últimos anos. O número
de empreendedores no país é crescente, assim como, o número de oportunidades geradas
pelas crises.
A Petrobras se recupera da crise
econômica, causada pela corrupção, porém não sei se recupera da crise política.
Afinal, está sobre ataque o modelo de partilha dos lucros, com um projeto
defendido no Senado pelo vampiro do Serra, que pode entregar as riquezas do
pré-sal para o capital especulativo mundial. Uma nova tentativa de trazer de
volta, a receita neoliberal que faliu o mundo, cuja ultima vítima, mais
visível, foi o povo Grego.
Até que ponto, estes novos
movimentos vão impactar na lógica econômica mundial e na nossa economia, não
sei.
Mas garanto, que os pessimistas e
que não acreditam no nosso país vão perder. O Brasil, sob a batuta de Dilma,
vai superar os novos desafios colocados. Alguns não acreditarão dizendo que é
impossível, ou que seria um milagre. Mas é só economia, estúpido.


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