Quando uma mulher sofre uma violência de qualquer natureza, o procedimento correto é procurar, imediatamente, a polícia. Mas o que fazer quando a própria polícia comete esta violência? Em São Paulo, uma policial acusada de receber propina foi algemada e teve suas roupas arrancadas por policiais HOMENS, apesar da presença de policiais femininas na delegacia - o que apenas agrava, pois mesmo ausentes, a situação possibilitaria que policiais mulheres fossem chamadas de delegacias próximas, o que exclui completamente a necessidade da revista ser feita por homens.
As imagens são absolutamente chocantes - pela brutalidade, pelo desespero, pelo desvirtuamento de homens a quem entregamos o cuidado de nossa segurança. A policial - tendo recebido propina ou não - aceita ser revistada, desde que em presença exclusiva de policiais femininas - direito que é assegurado por lei. Infelizmente, não é isso que acontece. Apesar de não se negar a colaborar, a policial é algemada e tem suas calças arrancadas por três homens e uma mulher.
O intrigante das imagens é que não se percebe o momento em que o dinheiro ( R$ 200,00) é encontrado no corpo da policial. Após deixá-la nua, o delegado Eduardo Henrique de Carvalho Filho (que aparece de vermelho no vídeo) e é um dos principais agressores, aparece com o dinheiro na mão e repete inúmeras vezes que ela está presa em flagrante, que ali estava o dinheiro. A forma com que o delegado expõe o dinheiro, o tom de sua voz e seu comportamente durante toda a gravação é, no mínimo, intrigante. Fora a clara prepotência, o abuso de poder e de força, o machismo e a vontade imperante de humilhar a policial, Eduardo Henrique demonstra regozijo na "vitória", quase como se estivesse pensando "ufa, o plano deu certo, vamos nos livrar dela".
Outro fato intrigante desta história - as imagens são de 2009 - é que a policial, mesmo com o processo ainda em andamento, já foi expulsa da corporação. Como ela pode ter sido expulsa da corporação se, pela constituição, todos são inocentes até que se prove em contrário? Como ela pode ter sido expulsa se o processo ainda não foi encerrado - portanto ainda não pode ser considerada culpada? Será que essa moça representava algum tipo de ameaça, sabia de algo que não deveria saber? Ela pode até ser culpada - o que as imagens não permitem concluir, já que o dinheiro pode nunca ter saido das mãos do delegado Eduardo Henrique - mas isso não exclui a estranheza da vontade dos envolvidos em livrar-se logo da então escrivã da Policia Civil.
Existe ainda um outro fato digno de nota: A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo manteve estas imagens sob sigilo. Por que? Por que a secretaria manteve em sigilo? Talvez apenas para não haver desgaste político, mas ainda assim, atitudes contra estes agentes envolvidos deveriam ter sido tomadas - e não foram! Por que a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo não tomou nenhuma medida diante das cenas brutais de ação de sua polícia? Por que nenhum processo administrativo foi aberto contra eles? Será que este procedimento é aprovado pelo governo paulista? Parece que sim... Felizmente, parece que o Ministério Público não aprova e está investigando o caso.
FONTE: http://blogdomirgon.blogspot.com/2011/02/violencia-contra-mulher-policial.htmlhttp://blogdomirgon.blogspot.com/2011/02/violencia-contra-mulher-policial.html
http://www.youtube.com/watch?v=Bly_j-pAtb4&feature=player_detailpage
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