terça-feira, 20 de setembro de 2016

Podres poderes...




Até onde pode ir a insensatez de uma nação? Até onde os poderosos acreditam que o povo vai aceitar passível a entrega de seus direitos e do seu futuro?

A democracia desce pelo ralo. Os diretos escorrem feito suor, no rosto das pessoas neste inverno calorento do Brasil.  

O Cunha caiu. Bem feito. Mas o golpe continua e é cotidiano, transvestido de normalidade.

A sanha neoliberal de explorar o povo, transforma nosso estado que não é nação, em balcões de negócios, representando os escusos interesses do capital especulativo mundial.

Assim, adeus Pré-sal, tchau SUS, bye-bye educação pública, adios CLT. A privatização do aqüífero guarani está na mesa, assim como as tantas e variadas formas de roubar direitos do povo em beneficio das famosas elites, lacraias do atraso, retrocesso e subdesenvolvimento.
E pra bancar esta agenda retrógrada, o governo golpista do #ForaTemer já pôs suas mangas de fora.

O estado policialesco, que sempre esteve enrustido no país resolveu sair do armário.  Um capitão, militar do exercito foi “encontrado” no meio de manifestantes, no melhor estilo infiltrado. Informação desmentida pelas autoridades golpistas que tem menos credibilidade que nota de três reais.

Parece que depois da Copa, das Olimpíadas, o Brasil resolveu promover mesmo a idade media. A truculência, violência e a perseguição aos movimentos sociais organizados é crescente. A criminalização das lideranças políticas de esquerda é uma triste realidade.

Lula, cuja candidatura à Secretaria Geral da ONU era defendida até pelo Presidente Obama, considerado uma das maiores mentes e lideranças políticas da atualidade no mundo foi novamente ultrajado.

O espetáculo midiático montado para apresentar o “crime do Lula” foi um fiasco. O ex-presidente, que teve sua vida devassada juntamente com sua família, foi julgado e condenado pela imprensa golpista, que cumpre o papel que a história já lhe reservou: substrato de sustentação ideológica do golpe.

Mas o PowerPoint do ministério público da republica de Curitiba não conseguiu mostrar nada, a não ser as motivações políticas da perseguição contra o Lula, culpabilizando  sem provas, uma das maiores lideranças de esquerda da America Latina.

Antes, o medo era que o juiz Moro e seus cúmplices da “Operação Lava Jato” estivessem forjando as provas para o impeachment da presidenta Dilma, para a cassação da legenda do PT e para a prisão do ex-presidente Lula. Porém, como a coisa está descambando, estão abrindo mão até de tentar provar, como determina a legislação, bastando apenas a convicção dos inquisidores, transmutados de operadores de direito.

Alias, não tem novidade nesta nova patacoada toda. Pois tirar a presidente Dilma, legitimamente eleita não é suficiente para que o projeto neoliberal de desmonte do estado brasileiro se efetive. É preciso impedir que Lula volte para a direção do governo central. É preciso inviabilizar a esquerda como alternativa contra a barbárie neoliberal.

Para os golpistas, tudo bem se a verdade for a primeira vitima desta armação, cujo custo vai ser a paz e a tranquilidade em nosso país. E por favor, não coloquem a culpa no PT ou no Lula no que pode acontecer no Brasil.


O ódio e a intolerância são crescentes. Até a Rede Golpista está sentindo na pele o mal que ajudou a plantar. Após a morte de um dos protagonistas da novela das oito, manifestações de rancor irracional foram dirigidas a emissora: Camila Pitanga, grande artista e profissional, está sendo atacada por ser petista. A Globo acusada de ser satanista. E pouco a pouco, o estado laico, a presunção de inocência, a legalidade, entre outras pedras fundamentais do Estado Democrático de Direitos vai sendo vilipendiada pelo estado de exceção, onde a convicção religiosa é suficiente para afrontar toda ou qualquer perspectiva de civilidade.

Mas, deixe estar, pois enquanto os “homens exercem seus podres poderes, padres, bichas, negros e mulheres e adolescentes fazem o carnaval...”

O povo que tomou as ruas em 2013, inicialmente por causa dos tais R$ 0,20, após a repressão, inundou nossas cidades por um conjunto de pautas, que estão sistematicamente sendo afrontadas por este governo ilegítimo e seus apoiadores golpistas.

Uma prova disto é a recente manobra no Congresso Nacional para tentar anistiar na calada da noite, os políticos e partidos que fizeram uso do caixa dois. Isto, depois de mais de oito milhões de brasileiros participarem do Plebiscito pedindo a Constituinte Exclusiva para a reforma política e o fim do financiamento empresarial de campanhas, arvore do mal da corrupção nacional.

O povo esta cada vez mais consciente e é crescente a indignação. O povo não está aceitando a tese de que o crime da Dilma foi fazer o que todos faziam cinicamente denominada de “pedaladas fiscais”.  Não está aceitando que o PT pague politicamente o pato, enquanto os outros partidos são preservados, apesar dos crimes, muitas vezes confessos. 
Que Lula comande um esquema de corrupção que segundo a Odrebech existe há mais de três décadas, entregando a lista dos acusados, prontamente engavetado pela operação Lava Jato. Que façam acordos como a cassação de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados, salvando o criminoso da cadeia merecida, pois o seu pedido de prisão já foi arquivado no STF. E agora, com o Congresso tentando mudar as escondidas  a legislação para não punir ninguém, a não ser quem use a estrela vermelha no peito.  

Mas, principalmente, o povo está começando a entender o retrocesso que a agenda golpista representa aos seus direitos e ao futuro do Brasil. Nas redes, nas ruas, nos palcos mundo afora, o #ForaTemer é crescente. Basta olharmos o índice de reprovação ao seu governo. Com certeza, o posicionamento dos artistas e intelectuais é importante, mas não serão os Tons, os Miltons, seu tons e seus sons geniais que vão nos salvar destas trevas.

Como já se canta, nos atos contra o golpe: greve geral, ação direta é que para o capital. Só o povo na rua vai conseguir reverter este processo.  Só uma greve geral, massiva, mobilizada e organizada pode barrar este golpe. E os tambores já estão batendo, no aquecimento da paralisação do dia 22 de setembro.

E que os paisanos e capatazes não incendeiem o Brasil, pois a primavera está chegando, e a última coisa que queremos é o Brasil em chamas, pois no barril de pólvora que se encontra, qualquer faísca pode virar incêndio e qualquer incêndio devastação.


P.S. Que a primavera traga novos ares para nossa querida nação




Nenhum comentário:

Postar um comentário