Até onde pode ir a insensatez de uma nação? Até
onde os poderosos acreditam que o povo vai aceitar passível a entrega de seus
direitos e do seu futuro?
A democracia desce pelo ralo. Os diretos escorrem feito
suor, no rosto das pessoas neste inverno calorento do Brasil.
O Cunha caiu. Bem feito. Mas o golpe continua e é cotidiano,
transvestido de normalidade.
A sanha neoliberal de explorar o povo, transforma nosso estado
que não é nação, em balcões de negócios, representando os escusos interesses do
capital especulativo mundial.
Assim, adeus Pré-sal, tchau SUS, bye-bye educação pública, adios
CLT. A privatização do aqüífero guarani está na mesa, assim como as tantas e variadas
formas de roubar direitos do povo em beneficio das famosas elites, lacraias do
atraso, retrocesso e subdesenvolvimento.
E pra bancar esta agenda retrógrada, o governo golpista do
#ForaTemer já pôs suas mangas de fora.
O estado policialesco, que sempre esteve enrustido no país resolveu
sair do armário. Um capitão, militar do
exercito foi “encontrado” no meio de manifestantes, no melhor estilo
infiltrado. Informação desmentida pelas autoridades golpistas que tem menos
credibilidade que nota de três reais.
Parece que depois da Copa, das Olimpíadas, o Brasil resolveu
promover mesmo a idade media. A truculência, violência e a perseguição aos
movimentos sociais organizados é crescente. A criminalização das lideranças políticas
de esquerda é uma triste realidade.
Lula, cuja candidatura à Secretaria Geral da ONU era
defendida até pelo Presidente Obama, considerado uma das maiores mentes e
lideranças políticas da atualidade no mundo foi novamente ultrajado.
O espetáculo midiático montado para apresentar o “crime do
Lula” foi um fiasco. O ex-presidente, que teve sua vida devassada juntamente
com sua família, foi julgado e condenado pela imprensa golpista, que cumpre o
papel que a história já lhe reservou: substrato de sustentação ideológica do
golpe.
Mas o PowerPoint do ministério público
da republica de Curitiba não conseguiu mostrar nada, a não ser as motivações políticas
da perseguição contra o Lula, culpabilizando
sem provas, uma das maiores lideranças
de esquerda da America Latina.
Antes, o medo era que o juiz Moro
e seus cúmplices da “Operação Lava Jato” estivessem forjando as provas para o
impeachment da presidenta Dilma, para a cassação da legenda do PT e para a
prisão do ex-presidente Lula. Porém, como a coisa está descambando, estão
abrindo mão até de tentar provar, como determina a legislação, bastando apenas
a convicção dos inquisidores, transmutados de operadores de direito.
Alias, não tem novidade nesta nova patacoada toda. Pois
tirar a presidente Dilma, legitimamente eleita não é suficiente para que o
projeto neoliberal de desmonte do estado brasileiro se efetive. É preciso
impedir que Lula volte para a direção do governo central. É preciso
inviabilizar a esquerda como alternativa contra a barbárie neoliberal.
Para os golpistas, tudo bem se a verdade for a primeira
vitima desta armação, cujo custo vai ser a paz e a tranquilidade em nosso país.
E por favor, não coloquem a culpa no PT ou no Lula no que pode acontecer no
Brasil.

O ódio e a intolerância são crescentes. Até a Rede Golpista
está sentindo na pele o mal que ajudou a plantar. Após a morte de um dos
protagonistas da novela das oito, manifestações de rancor irracional foram
dirigidas a emissora: Camila Pitanga, grande artista e profissional, está sendo
atacada por ser petista. A Globo acusada de ser satanista. E pouco a pouco, o
estado laico, a presunção de inocência, a legalidade, entre outras pedras
fundamentais do Estado Democrático de Direitos vai sendo vilipendiada pelo
estado de exceção, onde a convicção religiosa é suficiente para afrontar toda
ou qualquer perspectiva de civilidade.
Mas, deixe estar, pois enquanto os “homens exercem seus
podres poderes, padres, bichas, negros e mulheres e adolescentes fazem o carnaval...”
O povo que tomou as ruas em 2013, inicialmente por causa dos
tais R$ 0,20, após a repressão, inundou nossas cidades por um conjunto de
pautas, que estão sistematicamente sendo afrontadas por este governo ilegítimo e
seus apoiadores golpistas.
Uma prova disto é a recente manobra no Congresso Nacional para
tentar anistiar na calada da noite, os políticos e partidos que fizeram uso do
caixa dois. Isto, depois de mais de oito milhões de brasileiros participarem do
Plebiscito pedindo a Constituinte Exclusiva para a reforma política e o fim do
financiamento empresarial de campanhas, arvore do mal da corrupção nacional.
O povo esta cada vez mais consciente e é crescente a indignação.
O povo não está aceitando a tese de que o crime da Dilma foi fazer o que todos
faziam cinicamente denominada de “pedaladas fiscais”. Não está aceitando que o PT pague
politicamente o pato, enquanto os outros partidos são preservados, apesar dos
crimes, muitas vezes confessos.
Que Lula comande um esquema de corrupção que
segundo a Odrebech existe há mais de três décadas, entregando a lista dos
acusados, prontamente engavetado pela operação Lava Jato. Que façam acordos
como a cassação de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados, salvando
o criminoso da cadeia merecida, pois o seu pedido de prisão já foi arquivado no STF. E agora, com o Congresso tentando mudar as escondidas a legislação para não
punir ninguém, a não ser quem use a estrela vermelha no peito.
Mas, principalmente, o povo está começando a entender o
retrocesso que a agenda golpista representa aos seus direitos e ao futuro do
Brasil. Nas redes, nas ruas, nos palcos mundo afora, o #ForaTemer é crescente.
Basta olharmos o índice de reprovação ao seu governo. Com certeza, o
posicionamento dos artistas e intelectuais é importante, mas não serão os Tons,
os Miltons, seu tons e seus sons geniais que vão nos salvar destas trevas.
Como já se canta, nos atos contra o golpe: greve geral, ação direta é que para o
capital. Só o povo na rua vai conseguir reverter este processo. Só uma greve geral, massiva, mobilizada e
organizada pode barrar este golpe. E os tambores já estão batendo, no
aquecimento da paralisação do dia 22 de setembro.
E que os paisanos e capatazes não incendeiem o Brasil, pois
a primavera está chegando, e a última coisa que queremos é o Brasil em chamas,
pois no barril de pólvora que se encontra, qualquer faísca pode virar incêndio e
qualquer incêndio devastação.
P.S. Que a primavera traga novos ares para nossa querida nação
