Gente, gente...
Este é um texto de 2016 que sumiu do blog "misteriosamente". Vai ver que é por defender a regulação das midias, ainda mais agora, com tanto poder concentrado nas big-tecs e seus algoritimos desalmados... E neste batido de lata, quem dança sem música é o povo.
Gilmar é um ex-funcionário de uma
produtora que trabalhava para o império. Até ai, tudo bem... Sou contra a
galera fazer bulling com os atuais funcionários da “Venus Platinada”, ainda
mais com os que agora estão do lado certo da força. Pois não podemos confundir,
o trabalhador que defende seu sustento na defesa do mal, com o próprio mal.
Afinal, Gilmar é cachorro, mas
tem consciência social e sabe que determinadas empresas da grande mídia
corporativa não estão do lado de ninguém, a não ser do lucro do patrão. E pra
isto, sacrificam no altar da hipocrisia, a consciência de seus trabalhadores,
juntamente com a verdade. Mas, não sem resistência! E assim, Gilmar que sempre
me fala da sua tese de ocupar e resistir, de lutar por dentro, vai me
convencendo aos poucos.
Mas voltando ao carnaval, tive
alguns problemas com o Gilmar. Primeiro, ele queria por que queria o meu chapéu
de palha para compor seu figurino. Disse que ficava a cara do Chico Sciense e
assim, como o famoso bloco do “Galo da Madrugada”, queria homenagear o saudoso
artista. O problema era que o calor estava de matar e o chapéu que ele me
ofereceu em troca, não fazia muito meu estilo.
Segundo, porque o Gilmar quis ir
de camisa preta. E onde já se viu pular carnaval de camisa da cor da bandeira
negra, da loucura e da pirataria? E não era por falta de opção não!
Gilmar tinha até um manto sagrado do Galo, mas não queria “desorganizar” a sua
fantasia. Coisa do Gilmar!
Gilmar é um cachorro muito
observador. E nesta nossa sociedade com muito narcis@s e pouca ninfa, todos
querem se mostrar, mas não querem que ninguém observe atentamente, e assim, muita
gente estranhou o Gilmar. Passavam e olhavam desconfiados para aquele cachorro
vestido de preto. Será que pensavam que ele era Black block? E
Gilmar sempre com aquela cara incrédula, procurava no meio da festa, entender o
espírito da coisa.
Gilmar encontrou alguns
intolerantes. Gente que parecia só gostar de cachorro se for quente e com
mostarda. Talvez a implicância seja pelo fato do Gilmar carregar um cartaz. Um
adesivo colorido que pedia a democratização das comunicações. Afinal, a
Constituição do Brasil precisa ser efetivada e os liberais precisam entender
que concorrência é parte do jogo e que controle social não é censura.
Mas apesar de tudo, Gilmar fez
muito sucesso. Recebeu até um convite pra participar da despedida de solteira
de uma noiva! Encontrou com os mano, as mina, as nona, os mala, tudo de boa.
Viu a consciência gritar a plenos pulmões, que pode ocupar pra fazer o que
quiser, respeitando a coletividade. Viu muitas famílias. Crianças felizes,
brincando, como todo carnaval deve ser, mas aprendendo esta importante lição de
cidadania. Que a rua é do povo. E que o povo faz a festa!
Pro calor, contamos com a
solidariedade de muitas famílias, que acolheram os milhares de foliões na rua,
com baldes d’água, arremessadas pelas janelas dos apartamentos da Rua da Bahia.
Lá pelas tantas, Gilmar sentou na
sarjeta. Estava pensativo, afinal Gilmar sabe que a vida não está fácil!
Que o ano começou e que estamos enfrentando a maior crise humanitária desde a
segunda guerra mundial. Que a crise está ai, assim como e os desafios e as
oportunidades que ela trás.
E
antes de ir embora, Gilmar resolveu homenagear os garis, que apesar da falta de
consciência dos que insistiam em jogar lixo no chão, estavam no meio da folia,
mantendo a cidade limpa e ajudando a combater os focos do mosquito da dengue,
caso internacional de saúde publica. E Gilmar entrou nesta guerra e caçar mosquito agora é missão. Pelo menos Gilmar já tem a sua raquete.
A primeira disputa da política é semântica.
A segunda é semiótica
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